
Duas onças-pintadas resgatadas na semana passada em Mato Grosso do Sul, após sofrerem queimaduras nas patas devido aos incêndios no Pantanal, estão em recuperação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. Com tratamento especializado, os veterinários preveem que Miranda, uma fêmea de dois anos, poderá ser devolvida ao seu habitat natural em até 30 dias.
O governador do estado, Eduardo Riedel, visitou o CRAS nesta terça-feira (20) para acompanhar de perto o trabalho da equipe, que inclui tratamento com pomadas específicas e ozônio. “Eu parabenizo toda a equipe do CRAS, porque é um trabalho difícil que está sendo feito, acima de tudo, com muito carinho, dedicação e conhecimento técnico. Elas estavam com as patas bastante comprometidas, em função dos incêndios do Pantanal”, afirmou o governador.
O governador Eduardo Riedel acompanhando o atendimento aos animais silvestres, que é realizado no Hospital Veterinário Ayty
Resgate e tratamento – Miranda foi resgatada no município de Miranda no dia 15 de agosto, apenas 24 horas após ser avistada mancando por trabalhadores de uma fazenda. A onça chegou ao CRAS com ferimentos graves nas patas, mas está respondendo bem ao tratamento. Já Antã, um macho de oito anos resgatado no dia 17 de agosto na região do Passo do Lontra, apresentou um quadro mais grave, com ferimentos de terceiro grau que expuseram os ossos de sua pata. Mesmo assim, o tratamento com ozônio tem mostrado progressos na recuperação.
Os dois animais estão sendo alimentados com carne bovina e de frango, e em breve começarão a receber peixes. A médica-veterinária Aline Duarte, coordenadora do CRAS, ressaltou a importância da alimentação controlada para a recuperação dos animais, que chegaram ao centro debilitados devido à escassez de alimentos em suas áreas queimadas.
Esforços de reabilitação – A recuperação de Miranda e Antã faz parte de uma força-tarefa que inclui não apenas o CRAS, mas também o Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), a Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Ibama, todos integrados na Operação Pantanal 2024. Os veterinários e biólogos envolvidos no processo estão empenhados em garantir que os animais retornem ao seu habitat natural com o mínimo de contato humano, preservando seu comportamento selvagem.
A veterinária Jordana Toqueto, que acompanha a recuperação dos animais, enfatizou a importância do tratamento para garantir que as onças possam caçar e se defender na natureza. “Eles estavam com a mobilidade reduzida por conta das patas feridas. Afeta em tudo, especialmente em relação à caça e à fuga, além da alimentação. No caso do macho, o ferimento é de terceiro grau, os ossos da pata estavam expostos. Mas com o tratamento, o mais rápido possível vamos devolvê-lo para natureza, na região onde ele foi encontrado”, explicou Toqueto.
A previsão de retorno de Miranda à natureza em 30 dias é uma esperança não só para a recuperação da espécie, mas também para os esforços de conservação do Pantanal, uma das regiões mais afetadas pelos incêndios nos últimos anos. A equipe do CRAS continua monitorando de perto os dois felinos, com a expectativa de que Antã também possa ser devolvido ao seu habitat assim que estiver totalmente recuperado.
Fonte: Governo de MS