A vereadora Andrea Insfran utilizou a tribuna, nesta terça-feira (02), da Câmara Municipal de Jardim, para repudiar o caso de racismo sofrido pela jogadora de vôlei Ana Carolina Santos, de 22 anos, no momento em que ela e a filha da vereadora estavam lanchando na praça de alimentação em um shopping de Campo Grande, neste fim de semana.
“Vou usar meu tempo e dedicar minha fala para uma pessoa muito especial para mim, a Ana Carolina Santos, que é campeã brasileira de voleibol de areia, e esteve em Campo Grande esse fim de semana para defender o Estado e participar dos jogos e foi vítima de racismo”, contou.
“Minha filha saiu para prestigiar a Aninha e no intervalo estiveram no shopping em Campo Grande, e a gente não pode imaginar que ainda no tempo de hoje isso pode acontecer. Aninha foi vítima de racismo. Recebi a ligação da minha filha desesperada pelo que estava acontecendo. Um senhor que estava sentado ao lado da Aninha, na praça de alimentação, pediu para que ela se afastasse e ela não entendendo, ela se afastou”.
“Ainda não satisfeito ele pediu que ela se retirasse, pediu para que a esposa saísse de perto. Duas meninas jovens ficaram estarrecidas e sem ter ideia de chamar um segurança, ou alguém que tomasse providência. O racismo é como qualquer outro problema que acontece e não damos conta, porque enquanto não acontece com a gente, não dói. Eu quero dizer que por favor que não deixe isso acontecer”, lamentou Andrea.
“Isso acontece a todo momento, não vamos nos calar, assim como não podemos nos calar com outros problemas, como abuso sexual infantil, a fome e tantos outros problemas. Quero destacar o tamanho da minha indignação”, disse.
Por fim, Andrea mandou um recado para Ana. “A Aninha vem passar as férias na minha casa e quem conhece sabe que ela é uma menina linda, uma menina doce, vive pelo esporte, defende muito bem o Estado. Eu quero dizer para você, Aninha, que pessoas ruins existe em todos os lugares, mas fica com aquelas que te ama. A tia está mandando um abraço para você aí em Três Lagoas e dizer que você é linda, não se importe com esse tipo de coisa, porque a cor da sua pele não diz nada. Você só é amor, a tia te ama!”.
O jornal Estado do Pantanal conversou com Ana Carolina e ela contou como ocorreu. Na ocasião, ela foi buscar seu lanche enquanto sua amiga Maria Insfran estava aguardando na mesa. “Quando eu cheguei ele começou a me encarar, a pedir para eu tirar o braço. A gente optou por sentar em outro lugar e depois que a gente foi entender que ele estava com racismo e ficamos sem reação”, comentou a jogadora.
Ela ressaltou que nunca tinha passado por essa situação e lamenta que ainda exista esse tipo de pensamento. “Eu nunca tinha passado por isso, eu acho que é uma situação super desagradável né, e ver que ainda nos dias de hoje existem pessoas com esse pensamento. Não dá para acreditar, ainda mais com um mundo tão evoluído como hoje”, disse Ana Carolina.
Para combater o racismo e preconceito, Ana acredita que deve ocorrer punições e que as pessoas não podem se calar. “Pra mim, o preconceito e a desigualdade social são enfrentados todos os dias pela população negra né, e como falei é uma situação muito chata e constrangedora! Tem que ser punido sim, tem que ter mais igualdade, eu estava ali pagando do mesmo jeito que ele estava”, complementou.