A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) confirmou que seis pessoas testaram positivo para Mpox, conforme dados do último boletim epidemiológico.
O boletim corresponde a 27º semana epidemiológica, divulgada no dia 10 de junho. Ainda, de acordo com o levantamento, 16 casos suspeitos seguem sendo investigados.
A Sesau informou que todas as unidades de saúde do município estão orientadas sobre como agir em caso de suspeita da doença.
“Uma delas é evitar o contato com as secreções dos pacientes, e manter a higienização das mãos, equipamentos e do ambiente. Os pacientes também devem ser orientados a se manterem isolados do restante da família para evitar o contágio. O monitoramento dos casos suspeitos e seus contatos é realizado diariamente por profissionais da Gerência de Regulação Ambulatorial”, diz a nota da Sesau.
O primeiro caso de Mpox registrado em Campo Grande foi em junho de 2022. Deste período até a última atualização da semana epidemiológica foram notificados:
- 391 casos suspeitos
- 128 confirmados
- 1 caso provável
Enquanto em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou que em 2024, foram notificados 24 casos suspeitos e sete foram confirmados.
A primeira confirmação ocorreu em janeiro, cinco em fevereiro e um em junho.
Casos em investigação
- Ponta Porã – 1
- Três Lagoas – 1
- Bonito – 1
- Ribas do Rio Pardo – 1
A SES reforçou que o Brasil não está em situação de emergência neste momento. Veja a nota:
“Temos uma circulação pequena da cepa 2, em torno de 20 casos/mês, onde a maior incidência é no estado de São Paulo. Os cuidados da SES seguem a recomendação para todo o território nacional, de alerta e vigilância dos casos suspeitos e imediato isolamento e monitoramento dos casos positivos, para quebrar a cadeia de transmissão e evitar novos contágios. O Estado não possui vacinas da mpox em estoque e aguarda posicionamento do Ministério da Saúde a respeito”.
Emergência de saúde pública
A Organização Mundial da Saúde (OMS), na última quarta-feira (14), declarou emergência de saúde pública com risco potencial de uma nova pandemia global.
Durante coletiva, o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, frisou que na República do Congo, há mais de uma década são registrados infecções.
Entretanto, nos últimos aumentos ocorreu um aumento nos últimos anos. Neste ano foram registradas 14 mil pessoas infectadas e 524 mortes, o que supera o ano de 2023.
A nova cepa possui uma taxa de mortalidade de até 10%, significativamente maior do que os 1% registrados na variante que esteve em circulação em 2022.
“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.”, alertou Tedros Adhanom.
Mas, o que é Mpox?
Conforme o Ministério da Saúde, o mpox (varíola dos macacos) é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae.
Trata-se de uma doença zoonótica viral. Apesar de ter recebido o nome de Monkeypox vírus, o surto não tem relação com os macacos o nome foi alterado para Mpox.
Que animal passa Mpox para seres humanos?
- O transmissor são roedores infectados que acabam contaminando os seres humanos.
Como ocorre a transmissão?
Causada pelo vírus Monkeypox, a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente por onde circulam, através de objetos e superfícies que foram tocados por um paciente infectado.
Em regiões onde o vírus está presente entre animais selvagens, a doença também pode ser transmitida para humanos que tenham contato com os animais infectados.
Como ocorre o contágio de Mpox?
- Pelo toque nas lesões de pele da pessoa infectada;
- Por relações sexuais, beijo;
- Gotículas de saliva em caso de longa exposição com a pessoa infectada
Sintomas da Mpox
- Erupções cutânea ou lesões de pele
- Adenomegalia – Linfonodos inchados (ínguas)
- Febre
- Dores no corpo
- Dor de cabeça
- Calafrio
- Fraqueza
Tempo de incubação do vírus
- O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Como são as lesões e locais em que aparecem
- Levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado;
- Podem formar crostas, que secam e caem;
- A quantidade varia por pessoa;
- Erupções ficam concentradas na face, palma das mãos e planta dos pés;
- Outras partes do corpo como boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
Como saber se estou com Mpox?
O teste molecular ou sequenciamento genético é feito em laboratório e por meio da portaria Portaria GM/MS nº 3328, de 22 de agosto de 2022, ficou estabelecido que pacientes com suspeita da doença devem ser submetidos ao exame.
Assim como, o Estado tem por obrigatoriedade notificar imediatamente casos positivos ou de suspeita do vírus.
Entenda como é feito o teste
- O material é coletado da secreção nas lesões;
- Caso estejam secas, as costras são encaminhadas ao laboratório;
- Todas as amostras são direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil.
Prevenção
- Evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença;
- No caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção;
- Pessoas que testem positivo devem fazer isolamento;
- Não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão;
- Lavar as mãos regularmente com água e sabão ou utilize álcool em gel;
- Roupas de cama, toalhas, talheres que sejam de uso de alguém que esteja contaminado deve ser lavados com água morna e detergente;
- Superficies devem ser limpas com alcool em gel;
Tratamento
Atualmente, o tratamento dos casos de Mpox tem se sustentado em medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas; prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.
A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados. Até o momento, não se dispõe de medicamento aprovado especificamente para o vírus.
Quem pode tomar vacina para prevenção da Mpox?
A estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Essa definição foi feita em conjunto com representantes dos conselhos municipais e estaduais, diante da avaliação técnica e científica de especialistas. Vacinação Pré-exposição:
- Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.
- Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.
** Com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil